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Espiritism&AllanKardec

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Trabalhadores da Paz

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Livre Arbítrio

Cada espírito, encarnado ou desencarnado, tem o poder de fazer o que bem entender de sua vida: um direito dado por Deus a todos os seus filhos.
Todos os espíritos foram concebidos simples e ignorantes, tendo a eternidade para retornar ao Criador, puros e experientes, pois uma das poucas coisas que todos os seres almejam é ser feliz.
“Muitos são os chamados e poucos os escolhidos”, pois a escolha quem faz não é Deus, e sim cada um de nós.
O ditado correto é:
“Muitos são os chamados, mas poucos se fazem escolhidos.”
Livre-arbítrio quer dizer que somos responsáveis pela nossa vida, que temos, em nossas mãos, as “rédeas” de nosso destino. Isso nos tira completamente a responsabilidade sobre a vida e as decisões de outras pessoas, mas nos deixa inteiramente responsáveis pelas nossas.
Temos o poder de “plantar” o que quisermos em nossa vida, deixando-nos conscientes de que tudo que nos acontecer é a “colheita” do que fizemos de bom e de ruim para nós mesmos e para os outros, nesta e em outras vidas; não como punição divina, mas como uma alavanca de evolução espiritual, baseada no principio da ação e reação.
Se o livre-arbítrio nos deixa responsáveis somente pela nossa vida, nos traz grande paz saber que não está em nossas mãos o destino de outra pessoa, mesmo que seja um familiar ou amigo, porque eles também têm o próprio livre-arbítrio.
Partindo desse principio lógico, não se ajuda quem não quer ajuda, não se encaminha para a luz aqueles que querem as trevas.
Por mais triste que seja ver uma pessoa querida cometendo erros, perdendo-se em vícios físicos e mentais, sempre se volta ao ponto de partida: o livre-arbítrio.
Os conhecimentos e ensinamentos estão em todos os lugares, basta procurá-los; mas a maioria prefere aprender sobre a vida “quebrando a cabeça”, ao invés de usar os ensinamentos deixados por Cristo para evoluir.
O mundo não tem de mudar para você estar de bem com você mesmo.
Quando você muda para o mundo, o mundo muda para você.
Algumas pessoas conseguem enxergar e tirar o que há de bom nas outras.
Outras somente enxergam os defeitos e o que há de ruim.
A maioria fica torcendo para que os outros não “melhorem de vida”, ao invés de tentar melhorar suas vidas, porque não querem ter o termo de comparação: fulano está bem e eu não.
Ninguém faz você infeliz sem o seu consentimento, pois a vida é feita de escolhas. Assim use o seu livre-arbítrio para ser feliz e buscar a sua paz.
Pense no Universo como uma grande escola, em que cada planeta é uma série e onde você tem de “passar de ano”, onde alguns passam e outros têm de repetir.
Cada um tem o livre-arbítrio de querer ser “um aluno dedicado ou não”. Isso não quer dizer que cada espírito tenha de passar por todos os planetas. Existem vários planetas com o mesmo nível de evolução.
Com o livre-arbítrio, cada um leva a vida que quer, do jeito que bem entender, mas também vai colher tudo o que plantar.
A vida é terra fértil.

Livro dos Espíritos - Allan Kardec
Depois da Morte - Léon Denis

sábado, 28 de novembro de 2009

Evolução e Reencarnação


No Universo, tudo é movimento, tudo é vibração, tudo é energia, absolutamente nada é estático.
Os seres, após sua  criação,  habitaram um universo aparentemente caótico.
Com a vida adquirem experiência e consciência, porque, desde o início de sua existência nunca pararam de evoluir.
O espírito “dorme” no reino mineral, “sonha” no reino vegetal, “desperta” no reino animal e ganha consciência no Homem.
Em cada reino, existe uma escala evolutiva.
No reino mineral, há a evolução do carvão para o diamante.
No reino vegetal, desde o fungo até o girassol.
No reino animal, do molusco ao macaco.
Assim também acontece no reino “Hominal”. Nele, cada indivíduo está em um degrau de evolução. Por isso a dificuldade dos Humanos em viver juntos e de uma idéia ser igualmente entendida por todos.

O espírito vive uma série de experiências em incontáveis encarnações que o levam a compreender a criação divina, mas precisa da fórmula de contraste inverso para apreciar o equilíbrio, pois teve o desequilíbrio como comparação; precisou da tristeza e da doença para dar valor ao amor e à saúde.

Vive varias situações em que, por ignorância ou inexperiência, produziu sofrimento.
A saturação do sofrimento faz com que o ser humano mude, porque mostra a ele o resultado das escolhas e as conseqüências de seus atos.
Com essa compreensão, ele tem a base para, refletindo sobre as experiências vividas, tem a chance de continuar a evoluir.
A vida é o processo que o espírito vive para acrescentar entendimento à sua compreensão da criação divina; é a passagem da fragilidade da inocência para a fortaleza produzida pelas experiências que geram a compreensão da vida e do universo.

A ignorância produz medo, agressões e tristeza, que são vividas e compartilhadas com outras pessoas que precisam produzir experiências similares.
O destino organiza as circunstâncias, os lugares e as relações interpessoais de que cada pessoa tem necessidade de viver, são as dificuldades impostas pela vida, que, por opção, cada um escolhe viver ou não.

O planeta Terra está em constante mudança em todos os campos.
A humanidade está evoluindo na ciência e na tecnologia, mas, infelizmente,  evolui muito lentamente na sua moralidade e espiritualidade.

A humanidade, na sua maioria, desde a primeira raça a encarnar no planeta, vem buscando o materialismo e deixando para trás os verdadeiros objetivos da criação de Deus, que são os de nos tornarmos espíritos melhores, mais amorosos, humildes e verdadeiros, vibrando somente amor em nossas mentes, ou seja, a evolução da consciência.

Todavia o desejo do Homem por poder e a ganância pela riqueza transformaram a humanidade no que ela é hoje.
Algumas religiões dizem que só se nasce uma vez na Terra e que, após morrermos, teremos eternamente o “céu” ou o “inferno”.

Porém, se Deus é amor, paz, fraternidade e quer a todos nós igualmente, como Ele pode, sendo justo, fazer nascer um filho pobre e outro rico, um aleijado e outro são? E, pior, como uma mãe ou um pai irá para o “céu” em paz, vendo seu filho ir para o “inferno” eterno? Assim, ou Deus não é justo, ou há uma interpretação errada das leis universais.
Deus é onipresente, onipotente e justo, são os terráqueos que não entendem os objetivos de Sua criação.

O Criador nos deu um tempo infinito e a possibilidade de várias encarnações para evoluir, com inúmeras oportunidades aqui e em outros planetas, para alcançar a perfeição moral e futuramente deixar de ser alunos, para ser professores, compartilhando com Ele Sua criação.

Nós teremos a oportunidade, juntamente com todos aqueles a quem fizemos mal, e vice-versa; para reparar os erros do passado, com acertos no presente, criando um futuro harmônico; para que um dia possamos ser dignos de ser chamados filhos de Deus.
Não tenha a idéia errada de que “fulano está aqui, pagando o que fez”! Ninguém está pagando ou recebendo, pois a Terra não é instituição financeira.

Todos estão aprendendo e evoluindo. Cada um escolhe o caminho pelo qual quer evoluir, se pelo amor ao próximo e a Deus ou pela dor.
Deus não deixa seus filhos rebeldes para trás, vindo a dor em seu auxílio, como uma placa de “cuidado” em uma estrada perigosa, porque toda dor física, moral ou espiritual é um sinal de alerta, indicando que algo está errado em sua vida, que você precisa descobrir o que é, e mudar.

Neste começo de milênio, o planeta de vocês está passando por um processo de mudança no seu campo energético.
Durante esse processo de evolução, estarão se manifestando, simultaneamente, o “céu” e o “inferno” sobre a Terra.

As leis e as regras sociais não serão respeitadas. Praticamente todos irão exteriorar o que realmente são.
Os sinais do apocalipse serão evidentes, e nesse momento, será clara a “separação do joio e do trigo”.
Durante essas mudanças no globo, haverá dois grupos distintos, um que quer evoluir espiritualmente, e outro grupo que não quer evoluir.
O grupo que não quer evoluir será expurgado (em espírito) do planeta e será levado para outro planeta com características semelhantes às da Terra há alguns milhares de anos, para continuar sua evolução.

O grupo que quer evoluir continuará a habitar a Terra, viverá em um planeta mais “adulto” do que o atual onde reinará a paz e a harmonia; cada um será responsável pelos seus atos, não haverá necessidade de órgãos fiscalizadores e corretores como a policia e o exército.

Essa forma de mudança difere do que aconteceu com algumas civilizações extintas como os Maias, Incas, Astecas, Sumérios, parte dos Egípcios e Caldeus – povos descendentes dos Atlantis, que foram levados, ainda encarnados para outros planetas a fim de continuar seu aperfeiçoamento, por serem muito mais desenvolvidos espiritualmente do que o resto dos habitantes da Terra, deixando de ser compatíveis com o nível energético do planeta.

Agora, ao contrário do que ocorreu antes, os “maus” é que serão exilados do planeta, porque a Terra estará subindo mais um degrau na evolução divina.
As mudanças geológicas e geográficas que ocorrem no Planeta Terra são cíclicas, promovidas por forças externas, como alterações no Sol ou aproximação / colisão de cometas ou asteróides, que, através de seu eletro-magnetismo, alteram a configuração dos continentes e oceanos.

Todas as civilizações antigas têm registros históricos dessas mudanças globais cíclicas que ocorrem, mas que, com o passar dos anos, tornam-se lendas, e caem no esquecimento. Os geólogos e arqueólogos têm essas mudanças bem documentadas.
O tempo esta-se esgotando, aproveite para viver em paz e feliz.
O tempo pode ser seu “amigo ou inimigo”, depende da forma como você o trata.
O tempo é linear, o que muda é a nossa percepção. Parece estar “lento” quando estamos tristes e “rápido” quando estamos felizes.
Tudo depende do ponto de vista do observador – você!
Embora a vida seja eterna, use o tempo desta encarnação para resolver seus problemas e as pendências com os outros.

Crie em sua vida um estado constante de tranqüilidade, sempre preparado para as mudanças que podem correr em sua vida, fazendo com que o restante de seu tempo na Terra seja feliz.

LivroNão Estamos Sós – Everson Pacheco

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Ação e Reação

O físico Issac Newton cita na sua terceira lei:

“Um corpo exerce uma força sobre outro corpo, este último reage com uma força contrária de igual intensidade”.

Newton estava codificando a lei da ação e reação. Assim com na física, existe no Universo a lei da causa e efeito ou a lei do retorno ou a lei do olho por olho e dente por dente ou, ainda, a lei do “aqui se faz aqui se paga”, enfim, vários nomes para se definir a lei da ação e reação.
Tanto o livre-arbítrio como a lei da ação e reação são as bases para a formação do carma, visto que, quando você usa o seu livre-arbítrio, produz uma ação que culminará em uma reação futura, resultando em algo bom ou ruim, de acordo com os seus atos e pensamentos do passado.
Uma vez que todos os seres humanos têm o livre-arbítrio de fazer o que quiserem de suas vidas, existe a lei universal da ação e reação para que não abusemos dessa liberdade de agir, tanto em relação a nós mesmos, como em relação aos outros.
A lei da ação e reação é a base para a evolução, pois, sem ela, a humanidade não teria por que progredir e se respeitar.
Toda ação gera uma reação, é como olhar em um espelho: se você olha com a cara feia, verá uma cara feia, se você olha com a cara boa, verá um sorriso.
Todo pensamento é uma ação que gera uma reação energética boa ou ruim. Essa energia emitida por você irá de encontro ao seu destino ou destinatario, e retornará mais forte para você, criando um círculo vicioso.
Exemplo: se você tem raiva de uma pessoa e emite um pensamento ruim, ao receber esse pensamento ruim, ela o devolve com uma intensidade mais forte, fazendo com que essa energia aumente numa escala de 1, 2, 4, 8, 16, 32..., sempre dobrando, pois agrega sua energia à dela.
Mas, se você emite um pensamento ruim e a outra pessoa, por não ter raiva, não revida o pesamento ruim emitido, a corrente energética ruim é quebrada e não se propaga. Os bons pensamentos acontecem da mesma forma na mesma escala.
A vida é terra fértil.
Se você planta chuva, colhe tempestade. Se plantar raiva, colherá ódio, mas, se plantar alegria e bondade, colherá amor e paz.
Cabe a cada um escolher em qual faixa energética quer viver. Tudo na vida depende da energia que emanada, pois ela atrairá uma energia, igualmente proporcional, ou seja, atrairá pessoas e espíritos com os mesmos pensamentos, os mesmos objetivos e as mesmas intenções.
A lei da ação e reação também é valida em relação ao seu corpo; as doenças podem manifestar-se através da autodestruição (suicídio) da mente e do corpo, e se manifestam, também, nas pessoas que não tratam bem o seu corpo.
Exemplo: um alcoólatra que tem o corpo perfeito, usa excessivamente o álcool, destrói sua sanidade física e mental.
Uma pessoa saudável que destrói seu corpo através de abusos alimentares constantes e adquire “gota” ou diabetes, e mesmo assim não faz dieta, esta cometendo suicídio.
Outra pessoa que constantemente sente raiva, ansiedade e preocupação, tem grande predisposição para manifestar alguma doença, pois não está cuidado da sua mente.
As forças do universo apóiam em tudo que você faz.
Se você trata a vida com fartura e desprendimento, Deus lhe dará sempre recursos para ajudar você e os outros.
Se você tem uma vida mesquinha, Deus não lhe dará recursos, pois, como você não usa o pouco que tem, não precisa de mais.
A vida o trata do mesmo jeito que você trata ela.
É como jogar uma bola na parede: se você joga uma bola verde, volta para você uma bola verde, se você joga duas bolas amarelas, voltam para você duas bolas amarelas.

“Tudo nos volta, em forma de dor ou alegria, como troco das coisas que demos aos outros, um dia.”

Livro: Não Estamos Sós – por Everson Pacheco

sábado, 21 de novembro de 2009

O QUE É ESPIRITISMO?

Fala-se muito em Espiritismo, mas quase nada se sabe a seu respeito.

Kardec afirma, na introdução de "O Livro dos Espíritos", que a força do Espiritismo não está nos fenômenos, como geralmente se pensa, mas na sua "filosofia", o que vale dizer na sua mundividência, na sua concepção da realidade. Mas de onde vem essa Concepção? Como foi elaborada.

Os adversários do Espiritismo desconhecem tudo a respeito e fazem tremenda confusão. Os próprios Espíritas, por sua vez, na sua esmagadora maioria estão na mesma situação. Por quê? É fácil explicar. Os adversários partem do preconceito e agem por precipitação. Os espíritas, em geral, fazem o mesmo: formulam uma idéia pessoal da Doutrina, um estereótipo mental a que se apegaram. A maioria, dos dois lados, se esquece desta coisa importante: o Espiritismo é uma doutrina que existe nos livros e precisa ser estudada.

Trata-se, pois, não de fazer sessões, provocar fenômenos, procurar médiuns, mas de debruçar o pensamento sobre si mesmo, examinar a concepção espírita do mundo e reajustar a ela a conduta através da moral espírita.

Assim, temos alguns dados: o Espiritismo é uma doutrina sobre o mundo, dá-nos a sua interpretação e nos mostra como nos devemos conduzir nele. Mas como nasceu essa doutrina, em que cabeça apareceu pela primeira vez? Dizem que foi na de Allan Kardec, mas não é verdade. O próprio Kardec nos diz o contrário. Os dados históricos nos revelam o seguinte: o Espiritismo se formou lentamente através da observação e da pesquisa científica dos fenômenos espíritas, hoje, parapsicologicamente, chamados de fenômenos paranormais. Os estudos científicos começaram seis anos antes de Kardec, nos Estados Unidos, com o famoso caso das irmãs Fox em Hydesville. Quando Kardec iniciou as suas pesquisas na França, em 1845, já havia uma grande bibliografia espírita, com a denominação de neo-espiritualista, nos Estados Unidos e na Europa. Mas foi Kardec quem aprofundou e ordenou essas pesquisas, levando-as às necessárias conseqüências filosóficas, morais e religiosas.

"O Livro dos Espíritos" nos oferece a súmula do trabalho gigantesco de Kardec. Mas se quisermos conhecer esse trabalho em profundidade temos de ler toda a bibliografia kardeciana: os cinco volumes da codificação doutrinária, os volumes subsidiários e mais os doze volumes da Revista Espírita, que nos oferecem o registro minucioso das pesquisas realizadas na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. E precisamos nus interessar também pelos trabalhos posteriores de Camille Flammarion, de Gabriel Dellane, de Ernesto Bozzano, de Léon Denis (que foi o continuador e o consolidador do trabalho de Kardec).

Veremos, assim, que Kardec partiu da pesquisa científica, originando-se desta a Ciência Espírita; desenvolveu, a seguir, a interpretação dos resultados da pesquisa, que resultou na Filosofia Espírita, tirou, depois, as conclusões morais da concepção filosófica, que levaram naturalmente à Religião Espírita. É por isso que o Espiritismo se apresenta como doutrina de tríplice aspecto. A Ciência Espírita é o fundamento da Doutrina. Sobre ela se ergue a Filosofia Espírita. E desta resulta naturalmente a Religião Espírita. Muitas pessoas se atrapalham com isso e perguntam: "Como uma doutrina pode ser ao mesmo tempo Ciência, Filosofia e Religião?" Mas essa pergunta revela a ignorância do processo gnoseológico. Porque, na verdade, o conhecimento se desenvolve nessa mesma seqüência e em todas as formas atuais de conhecimento repete-se o processo filogenético.

No Espiritismo, porém, esse processo aparece bem preciso, bem marcado por suas fases sucessivas, entrosadas numa seqüência lógica. Podem alguns críticos alegar que Kardec não partiu da pesquisa, mas da crença. Alguns chegam a afirmar que foi assim, que ele já acreditava nas comunicações espíritas antes de iniciar o seu trabalho de investigação. Mas essa afirmação é falsa, a suposição é gratuita. Basta uma consulta às anotações intimas de "Obras Póstumas" e às biografias do mestre para se ver o contrário. Quando lhe falaram pela primeira vez em mesinhas falantes, Kardec respondeu como o fazem os céticos de hoje: "Isso é conversa para fazer dormir em pé". Só deixou essa atitude cética depois de constatar a realidade dos fenômenos. Então pesquisou, aprofundou a questão e levou-a às últimas conseqüências, como era, aliás, de seu habito, do seu feitio de investigador. Charles Richet lhe faz justiça (embora discordando dele) em seu Tratado de Metapsíquica.

Encarando a obra de Kardec pelo seu aspecto científico, sem os preconceitos que têm impedido a sua justa avaliação, ela nos parece inatacável. Alega-se que o seu método de pesquisa não era científico, mas foi ele o primeiro a explicar que não se podiam usar na pesquisa psíquica os métodos das ciências fisicas. O desenvolvimento da Psicologia provaria, mais tarde, que Kardec estava com a Razão. Hoje, as pesquisas parapsicológicas o confirmam. No tocante ao aspecto filosófico, o desenvolvimento atual das investigações mostram a posição acertada do Espiritismo como doutrina assistemática, "livre dos prejuízos de espírito de sistema", como declara "O Livro dos Espíritos", utilizando a conjugação dos métodos indutivo e dedutivo para o esclarecimento da realidade em seu duplo sentido: o objetivo e o subjetivo. A Filosofia Espírita se apresenta como antecipação das conquistas atuais do campo filosófico e abertura de perspectivas para o futuro.              (Herculano Pires - 25/09/1914-09/03/1979)