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terça-feira, 26 de outubro de 2010

FATALIDADE - PALESTRA L.E. Q.851 a 867

Ao iniciarmos qualquer estudo, é sempre conveniente entendermos com total clareza o significado preciso de todos os termos envolvidos para que não nos equivoquemos quanto a interpretação propriamente dita. E no dicionário de Aurélio à palavra FATAL temos aquilo que é certo e prescrito pelo destino, irrevogável, que necessariamente acontecerá, inevitável, decisivo, inadiável (...).

Entretanto na concepção coloquial/vulgar a grande maioria das pessoas entende o termo como sendo uma ocorrência inevitável de alguma coisa ruim quando sua tradução seria neutra, ou seja, um acontecimento inevitável porem de natureza boa ou má.

Como o próprio termo indica dizer que um fato está predeterminado é afirmar que sua ocorrência é determinada de maneira certa e previsível.

Mas aos acontecimentos no mundo os cientistas e estudiosos concebem três possibilidade (que a ciência chama de lei da probabilidade):

1. Determinismo (tudo previsto) – quem quer que coloque a mão no fogo queimará.
2. Aleatoriedade (nada previsto) – nem todos colocarão a mão no fogo, portanto, não sei quem queimará a mão...
3. Relativismo (apenas alguns estariam predeterminados) – Alguns colocarão outros não...

E é justamente esta última posição que é aceita pela ciência contemporânea e pelo Espiritismo.

Lembrando A.Einstein nos Séc. XIX que apresentou a Teoria da Relatividade onde “Tudo é relativo”...    O Espiritismo nos apresenta a Lei da Ação e Reação onde para toda é qualquer atitude minha no bem haverá uma resposta positiva e o inverso tb é verdadeiro.

Motivos pelo qual a fatalidade não pode existir:

A única coisa que sabemos ser inevitável em nossas vidas é que todos nós haveremos de desencarnar um dia. Isto, na concepção da palavra é a única coisa que podemos considerar como sendo fatal. A todas as demais circunstâncias de nossas vidas, de qualquer ordem, a de se considerar três fatores:

1. Determinismo
2. Livre-Arbítrio
3. Causalidade

Vamos analisar primeiramente Determinismo e Livre-Arbítrio:

O homem até o séc. XVI acreditava que o Universo era comparável a uma imensa máquina em funcionamento automático e infalível.

Na perspectiva materialista, tudo no homem seria matéria. Estaria sujeito ao mesmo determinismo que existe no movimento dos astros, da queda de uma pedra, no movimento de um relógio. Mas como conciliar isto ao fato de que posso abaixar ou levantar o braço, ir para esquerda ou direita, dizer isto ou aquilo com toda minha liberdade?

Ainda em termos científicos veio A.Einstein e provou que tudo é relativo. Se jogar uma pedra ela cai, é claro, mas se houver uma ou outra interferência ela poderá ou não cair...

Com o advento do Espiritismo os espíritos nos mostraram que somos seres pensantes e que nosso pensamento age sobre tudo que está à nossa volta e que eu tenho liberdade de pensar e agir ao que chamamos de livre-arbítrio.

Por meios de investigações científicas dos fenômenos espíritas o espiritismo confirmou que toda e qualquer ocorrência na vida do ser situa-se no pensamento, na vontade e no grau de evolução de cada um.

Portanto nada é absolutamente pré-determinado na vida de ninguém a não ser a morte, como já dissemos. Posso, a qualquer hora, mudar o meu destino para melhor ou pior, conforme minhas vontades, pensamentos e atos bons ou maus em conformidade às leis morais que regem a vida.

Fatalidade em relação de causa e efeito

No livro “Depois da Morte” – Leon Denis nos diz que “não há acaso nem fatalidade, mas sim forças e leis. Utilizar, governar umas, observar outras, eis o segredo de toda a grandeza e elevação”.

Todos os espíritos preparam no presente as alegrias ou dores do futuro, sendo nossa vida atual herança de nossos atos bons ou maus de nossa vida presente ou de nossas vidas anteriores.

Portanto somos os principais responsáveis por nossa felicidade ou infelicidade.

Novamente ao termo fatalidade temos que considerar a lei da causa e efeito. Vários processos físicos, químicos e biológicos do corpo humano são dirigidos com certo determinismo.

Ex.:
1. Se coloco a mão em um fio elétrico descoberto levo choque
2. Se tomo alguma substância venenosa causarei minha morte
3. Se tomo remédio adequado sou curada de determinada doença

Deste modo, enquanto encarnados estamos em associação estreita com a matéria, mas o que pré-determina os acontecimentos são leis físicas, químicas e biológicas, mas sempre associada a uma ação anterior que levou a uma causa atual.

No caso de ingestão de veneno, por ex., pode-se dizer que a pessoa fatalmente morrerá, mas a pré-determinação da morte, todavia, é condicionada à livre decisão de alguém. O que nada tem de fatal.

E é justamente neste sentido que muitos autores espíritas costumam referir-se à chamada lei da causa e efeito ou lei de ação e reação, que regula as ocorrências da vida, em um sentido amplo, englobando os eventos referentes ao ser espiritual.

No livro “Ação e reação” de A.Luiz temos no cap. 7 a explicação de que “o carma” expressão utilizada entre nós (criada pelos Hindus) em sânscrito quer dizer “ação”, a rigor, designa “causa e efeito” sendo que toda ação ou movimento deriva de uma causa ou impulsos anteriores. A cada um segundo as suas obras, boas ou más!
Carma, portanto significa “Causa”!

Livre-arbítrio e relação de causa e efeito

Muitos acontecimentos ruins de nossa vida presente não nos apresenta uma causa ou uma razão efetiva. Quantas pessoas que conhecemos serem extremamente solidárias, boníssimas cuja vida é de extrema dificuldade?

O Espiritismo mostra-nos que se as causas dos acontecimentos mais importantes de nossas vidas felizes ou dolorosos, não puderem ser localizadas na vida presente, certamente existirão em passado anterior ao nosso renascimento. Os efeitos de nossos atos, conformes ou contrários à lei que vela pela harmonia do Universo, pode ser imediatos ou ocorrer em um futuro mais ou menos distante.

É somente isso, que possibilita entender muita das disparidades nas condições físicas, sociais etc., dos seres humanos dentro do quadro da justiça divina. Ou, caso contrário, não poderíamos compreender Deus como justo e bom.

Cada pessoa encontra-se num contexto parcialmente determinado pelo conjunto de suas ações desta vida, das vidas anteriores e dos períodos de erraticidade, sempre levadas em conta suas necessidades expiatórias, provacionais e de aprendizado de um modo geral.

Podemos mudar o nosso destino

A possibilidade de interferirmos no curso dos acontecimentos, agravando ou atenuando os efeitos ruins, promovendo ou embaraçando os efeitos bons, encontra-se claramente expressa na questão 860 do L.E. :

“- Pode o homem, por sua vontade e por seus atos, fazer que se não dêem acontecimentos que deveriam verificar-se?

Pode-o se essa aparente mudança na ordem dos acontecimentos tiver cabimento na conseqüência da vida que ele escolher (...).”

Todas as nossas ações por insignificantes que sejam, fazem-se acompanhar de certos efeitos. Em cada momento, vivemos em meio a esse conjunto de efeitos. A importância prática de adquirirmos conhecimento acerca das leis que regem a matéria e o espírito reside em que, sabendo melhor quais serão os efeitos daquilo que fizermos, poderemos agir de modo a criar situações que nos aproximem da felicidade.

SOMOS, por assim dizer, OS CONSTRUTORES DE NOSSOS DESTINOS.

Programação da existência corporal

Boa parte das questões sobre fatalidade do L.E. refere-se direta ou indiretamente à questão da programação da existência corporal.

É, pois sabido que todos, sem exceção, têm fatos importantes na vida como casamento, filhos, riqueza, pobreza etc. previamente elaborados no plano maior, mas nós espíritas sabemos que estamos em processo de evolução onde o aprendizado constante e o livre-arbítrio é o que move o processo da evolução de cada ser.

Na medida em que o ser amadurece espiritualmente, tornando-se mais consciente, poderá avaliar por si próprio as principais ações praticadas, os detalhes dos acontecimentos dependerão de circunstâncias que o próprio homem encarnado cria pelos seus atos.

Acontecimentos de ordem material e moral – Os espíritos nos explicam de forma prática que aos sucessos materiais pode haver fatalidade, mas jamais há qualquer fatalidade nos atos da vida moral de cada um, pois o homem sempre terá liberdade de escolher.

Um corpo mal formado ou perfeito, uma doença grave ou sua cura, uma queda mortal, riqueza ou pobreza poderão ser fatais no sentido mais estrito do termo.

Mas um assassinato, uma difamação, uma traição, uma caridade e toda e qualquer ação moral nunca serão fatais considerando o livre-arbítrio de cada um.

Ninguém pode renascer para ser alvo de difamação ou assassinato porque isto exigiria que alguém renascesse para difamar ou assassinar, o que é claramente absurdo.

É justamente por isso que o L.E. na Q.851 adverte que a fatalidade só pode existir com relação ás provas físicas (como certas doenças e acidentes que se não conseguem evitar), nunca, porém com relação às provas morais. (traições ou desgostos)

Previsão do futuro

O futuro será em princípio previsível somente na medida em que se tenha acesso completo e seguro às causas dos eventos, e as leis que o correlacionem forem do tipo determinista.

Ex.: Se colocar a mão no fogo queimará.

Futuro somente para uma coisa obvia e racional...

Mas no referente aos acontecimentos não triviais das vidas dos homens, é impossível prever com exatidão o futuro, pois não conhecemos a totalidade das causas, não há encadeamento determinista dos eventos devido ao livre-arbítrio e cada situação para cada ser processa-se diferentemente de acordo com o grau de evolução de cada um.

Quando vemos alguns “adivinhos” “leitores de cartas” que “acertam” previsões observamos que na grande maioria das vezes utiliza-se de joguetes de palavras para sugestionar certas ações (o que é bastante perigoso) ou mesmo falam de coisas que ocorrem na vida de toda e qualquer pessoa como “um acidente”, “mágoa por causa de alguém”  "há alguém que têm inveja de você"  (...) e por aí vai.

Se Deus quisesse que soubéssemos de ações futuras ele o permitiria.

Aspectos morais

O mal que nos acontece, acontece na hora certa, porém como conseqüência de ações más desta ou de outra vida. E Deus somente o permite para que nós evoluamos através de nossas vidas.

Não há um destino que nos arraste em seu turbilhão o destino que existe é aquele que nós mesmos construímos e que podemos ir modificando a cada momento, no quadro das leis naturais que regem o mundo.

No livro “Nascer e Renascer” no cap. ‘Fatalidade e livre-arbítrio’ Emmanuel diz:

“Geramos causas de dor ou alegria, de saúde ou enfermidade em vários momentos de nossa vida.O mapa de regeneração volta conosco ao mundo, consoante as responsabilidades por nós mesmos assumidas no passado, contudo o modo pelo qual nos desvencilhamos dos efeitos de nossas próprias obras facilita ou dificulta a nossa marcha redentora na estrada que o mundo oferece.”

As leis de Deus têm como objetivo sempre educar e nunca punir. No livro “Céu e Inferno” de Allan Kardec têm trechos importantes advindos dos espíritos para nosso esclarecimento:

“O arrependimento, expiação e reparação são as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas conseqüências”.

O arrependimento suaviza as dores da expiação, contudo somente a reparação pode anular o efeito. “E a reparação consiste em fazer o bem para anular os efeitos do mal cometido”

Um exemplo vulgar disto podemos entender tal qual uma conta bancária no vermelho onde temos vários débitos, mas vamos colocando um crédito aqui, outro ali até que ela fique organizada novamente...

Portanto haverá sempre a possibilidade do abrandamento das conseqüências dolorosas de nossas ações pelos esforços que façamos neste sentido.

Vamos agir sempre com amor, resignação na certeza de que estaremos rumando a tão almejada felicidade!

Paz e Luz
Silmara Garcia

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